Mentoring online: Como fazer mentoria no mundo virtual?

Dizer que estamos na era digital é chover no molhado. Por aqui, 70% da população utilizaram a internet em 2018 no Brasil, de acordo com pesquisa da TIC Domicílios. Esse percentual pode não expressar de forma suficiente o potencial que há nisso, mas estamos falando de uma realidade que mostra que vivemos conectados e que os mundos virtual e real não são mais excludentes.

O que ainda é novidade e desafiador é como nós estamos utilizando essas ferramentas em nossas vidas. O tema é profundo e, diante disso, vou me ater aqui apenas ao âmbito profissional. O mundo dos negócios tem expandido com as possibilidades digitais e esse comportamento não é diferente com a mentoria.

Dessa forma, migrar ou ampliar os horizontes, atendendo clientes à distância, está se tornando comum em nosso campo de atuação para atender pessoas que estão em outras cidades e até países ou que têm dificuldade para locomoção. É, ainda, uma possibilidade para atender pessoas com menos recursos financeiros, já que o valor do contrato desconsidera custos de deslocamento, mas com a mesma qualidade.

É importante frisar, porém, que não quero afirmar aqui qual modalidade é mais eficiente. Não é o canal que vai determinar isso, e sim o trabalho a ser desenvolvido pelo profissional. Oferecer mentoria à distância requer igualmente um planejamento comprometido com resultados, tendo como base a implementação de métodos e processos, além de disciplina.

Todas as etapas do trabalho, do planejamento à conclusão, têm que estar nas plataformas. É preciso entender e deixar claro para os futuros clientes, especialmente aos que não possuem experiência no meio online ou que são avessos às tecnologias, que o que muda é apenas formato.

Apesar da ausência da relação presencial, o que permitiria ao mentor realizar uma leitura do comportamento do mentee, há diversas ferramentas de áudio e vídeo – muitas delas são gratuitas – que geram a aproximação e a regularidade de contato, como Skype, Zoom, Whatsapp ou até mesmo a tradicional ligação. Elas possibilitam ainda a gravação desses contatos para que o cliente possa ouvir quantas vezes quiser para rememorar e organizar melhor o conteúdo desses momentos. Além dessas características, desenvolver a mentoria online não requer que o profissional invista na criação de um aplicativo ou site próprio para isso, a menos que o interesse seja criar um modelo próprio que se transforme em um diferencial.

As redes não são sociais – os meios digitais, apesar de estarem em evidência como importante instrumento de socialização, devem ser vistos como ambiente econômico. O comportamento para esse fim deve ser pautado no cuidado. O contato via aplicativos não pode virar um bate-papo. Pelo contrário. Ele tem que ter hora e dia agendados, disciplina e objetividade, assim como um encontro presencial.

O acesso estabelecido entre mentor e mentee também deve respeitar a periodicidade, geralmente semanal ou quinzenal, para evitar que as conversas durem o dia todo e acabem perdendo fluidez e lógica. Se a chamada for por vídeo, é fundamental que as duas pessoas estejam em área reservada e silenciosa e dedicadas apenas ao desenvolvimento do projeto. Dividir a conversa com outras atividades em casa, no trânsito ou praticando outras atividades impacta negativamente na concentração e eficiência do trabalho.

Por fim, o grande entendimento que devemos ter ao olharmos para esse nicho virtual em expansão é que a sociedade demanda de todos nós atualização e a capacidade de nos adaptarmos às transformações sem perder a essência e o controle.

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