Assim, o estudo científico do sistema nervoso nos fornece insights cruciais sobre o funcionamento da mente e do cérebro e, portanto, é indispensável à psicologia.
Além disso, ela nos permite entender os muitos trabalhos da mente operando por meio de redes de conexões neurais, assim como os computadores operam por meio de conexões elétricas.
Ao estudar como essas conexões neurais funcionam, podemos compreender melhor tanto a cognição humana normal quanto a doença – ou seja, quando essas conexões neurais dão errado.
Desse modo, podemos entender que a neurociência é um importante instrumento para que possamos nos compreender como indivíduos e usar isso para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional.
Áreas de estudo da Neurociência
Conforme dito, a neurociência é um campo multidisciplinar, ou seja, ela se relaciona com diversas áreas, como física, comunicação e psicologia. E por meio de análises profundas podemos entender, por exemplo, como o cérebro de um líder funciona.
Vejamos a seguir 5 áreas de estudo da neurociência:
Neurociência Cognitiva
Conforme o próprio nome sugere, a neurociência cognitiva visa descobrir como as estruturas cerebrais influenciam a maneira como processamos informações e mapeamos as funções cognitivas mentais para áreas específicas do cérebro.
Por exemplo, é o estudo científico da influência das estruturas cerebrais nos processos mentais, feito através do uso de técnicas de varredura cerebral, como fMRI.
Neurociência Social
A neurociência social examina o cérebro no contexto de suas conexões com outras pessoas e com o mundo social mais amplo.
É por meio dela que é possível reconhecer que os humanos são uma espécie altamente social e que a complexidade da interação social pode ajudar a explicar a evolução do cérebro humano altamente desenvolvido.
Além disso, essa área da neurociência explora como um sistema físico dá origem aos tipos de processos relacionais que há muito são observados na psicologia social.
Também procura descrever as maneiras pelas quais o próprio cérebro e o corpo são afetados por aspectos da vida social, como isolamento ou integração social.
Neurociência Clínica
Já a neurociência clínica é uma área de estudo que se concentra em distúrbios mentais e do sistema nervoso. Estes incluem distúrbios estudados em psiquiatria e psicologia clínica, como depressão e transtornos de ansiedade, bem como condições neurodegenerativas, como doença de Alzheimer e esclerose múltipla.
Assim, tem como principais objetivos contribuir para melhorar os métodos de diagnóstico, tratamento e prevenção de distúrbios.
Neurociência do Desenvolvimento
Ao contrário da cognitiva, na neurociência do desenvolvimento procura-se descrever como o cérebro e o sistema nervoso se formam e mudam. Assim, está relacionado em como as mudanças relacionadas à idade no cérebro correspondem ao desenvolvimento do pensamento e da percepção dos indivíduos.
Para isso, são exploradas trajetórias típicas e atípicas do desenvolvimento do sistema nervoso para entender melhor as bases da função e disfunção normais.
Neurociência Comportamental
Essa é uma área de muita importância para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional, inclusive, para que possamos entender nossos comportamentos e mudá-los quando necessário.
Nesse sentido, a neurociência comportamental, também chamada de psicologia biológica, é o estudo de como o cérebro e o resto do sistema nervoso fornecem a base para o comportamento.
Examina a base neural de capacidades como pensamento e percepção, aprendizado, emoção e motivação.
Como tal, a neurociência comportamental se sobrepõe a vários campos contemporâneos da neurociência, como a neurociência cognitiva (focada no pensamento e na percepção) e a neurociência afetiva (focada nas emoções).
Neurociência e a Psicologia
Como você já pode perceber, o estudo científico do cérebro é indispensável ao estudo científico da mente.
Embora a neurociência e a psicologia se concentrem em diferentes domínios, a neurociência lida com o domínio das propriedades físicas, enquanto a psicologia lida com o domínio mais abstrato do mental.
E isso nos dá o entendimento que nossa capacidade em constante evolução de correlacionar estados cerebrais com estados mentais significa que as duas disciplinas podem se envolver em um diálogo significativo.
Muitas pesquisas em neurociência cognitiva são feitas através do uso de neuroimagem, nos permitindo “olhar dentro” dos crânios das pessoas vivas.
Dessa forma, é possível obter um mapa físico do cérebro que fornece informações funcionais, ou seja, informações sobre a atividade de diferentes áreas do cérebro – detectando regiões com altos níveis de sangue oxigenado, que estão correlacionadas com a atividade cerebral.
Por meio de estudos de neuroimagem, os neurocientistas cognitivos podem usar informações estruturais e funcionais para construir modelos de cognição humana e entender os papéis de diferentes sistemas e regiões cerebrais no pensamento e no comportamento.
Além de esclarecer os processos neurais subjacentes à mente humana em geral, a neurociência revolucionou a psicologia clínica ao gerar avanços significativos em nossa compreensão das doenças psiquiátricas.
Ao comparar os cérebros de indivíduos saudáveis com os de indivíduos com distúrbios psiquiátricos, os neurocientistas conseguiram melhorar nosso conhecimento tanto das causas dessas doenças quanto de seus tratamentos mais eficazes.
Por exemplo, estudos de neuroimagem sugeriram que algumas pessoas deprimidas podem ter hipocampos menores. Isso pode estar relacionado ao estresse, que acredita-se diminuir a neurogênese (a produção de novos neurônios) no hipocampo.
Essa descoberta também é consistente com a evidência de que os medicamentos antidepressivos servem para promover a neurogênese no hipocampo – e como esse processo leva muito tempo, isso pode explicar por que os pacientes geralmente não percebem os efeitos dos antidepressivos por várias semanas.
Desse modo, pesquisas mais recentes mostraram que a neurociência e a psicologia podem trabalhar juntas para benefício mútuo. Aprendendo sobre a relação entre o mental e o físico, podemos entender melhor ambos.
Portanto, vale dizer que essa aliança pode trazer vantagens para o indivíduo, como dito, o desenvolvimento pessoal e até mesmo melhorar a sua performance profissional.