Ter êxito no mercado de trabalho não é algo que acontece de uma hora para outra ou vem de um fator externo. Ninguém é bem-sucedido em seu trabalho de forma inesperada. É uma construção. Um caminho que o profissional deve percorrer diariamente, sem data para acabar e que não poderia ser diferente para você se tornar um bom mentor ou uma boa mentora.
O bom mentor deve se preparar
Isso não quer dizer, obrigatoriamente, que o sucesso está relacionado a apenas um diploma na parede, afinal, há vários exemplos de homens e mulheres que atuam em áreas diferentes de sua formação acadêmica e que são referências no mercado. Ser um bom profissional envolve uma série de elementos-chaves que aumentam o repertório dele, ampliam seu horizonte e agregam valor ao currículo.
Pela própria característica da mentoria, de compartilhar e orientar uma pessoa, a bagagem de experiências do mentor é primordial para o trabalho. Ele assume o papel de guia para que o mentee se desloque até o objetivo de forma inteligente, centrada e promissora. Isso implica em responsabilidade, em lidar com expectativas e confiança.
É por isso que o mentor não pode vender o que não tem capacidade de cumprir. A falácia, além de não gerar o resultado, marca negativamente a vida do profissional, que terá seu mau desempenho como limitador para outros projetos. Não é à toa que a busca pelo aprendizado deve ser constante. O ofício de compartilhar e ensinar deve estar diretamente associado ao do conhecimento porque eles se retroalimentam.
Para o bom mentor se autoconhecer é fundamental
O bom mentor ou a boa mentora devem, antes de tudo, saber onde querem estar. Eles precisam ter a maturidade e fazer o exercício de se autoconhecer e, com isso, saber quais são suas competências e experiências para que elas deem o norte da definição do público-alvo. Deve se dedicar a esse nicho, conhecer o cenário macro e local, entender sua dinâmica, seus gargalos e identificar soluções.

Essa tarefa, digamos assim, sedimenta o campo de atuação do mentor e faz real a lógica do “quanto maior a autoridade no assunto, maior o resultado”. Essa máxima, inclusive, determina uma adequação no preço do trabalho do mentor. Não é um juízo de valor sobre o que é caro ou barato. É o justo. Um profissional que está em constante evolução e acumulando resultados eficientes naturalmente é maior valorizado e mais requisitado. É o comportamento natural do mercado.
O bom mentor deve ter um método
Bom, falei aqui sobre como o mercado entende e enxerga quem é um bom mentor, mas vou discorrer agora sobre o lado prático, o operacional. Apesar de ter a missão de fio de condução, o mentor não é o único responsável pelo manejo e desenvolvimento do projeto. É preciso que haja uma conexão, afinidade e empatia entre as duas partes. Aqui, o envolvimento e o acreditar no objetivo enriquecem a parceria. Há, claro, o cuidado com o borramento das fronteiras profissional e pessoal, mas o distanciamento deve ser medido para que o cliente não seja apenas um número. É uma pessoa que depositou em você, talvez, o sonho de vida.
O contato e a aproximação vão permitir ao mentor saber mais sobre a comunicação não dita. Que postura o mentee adota, como expressa uma opinião gestualmente, de que forma recebe e emite os direcionamentos, entre outros aspectos, fundamentam a análise do mentor. Na linguagem popular, tem que dar o “match”.
Essa segurança na identificação permite a assinatura de um contrato lúcido, com a clareza do que se pretende, qual a responsabilidade de cada um nesse processo, prazos e metas. São componentes que vão definir a metodologia a ser empregada, ponto importante nessa jornada pois vai determinar como o mentee vai conquistar seu objetivo. É preciso sensibilidade, discernimento e inteligência do mentor para compreender o cliente, suas habilidades, desenvolturas e dificuldades. O desempenho dele deve ser acompanhado de perto.
A mensuração constante permite mudanças e adequações de rotas, algo comum de acontecer na esfera orgânica, e o bom mentor tem que ter resiliência para redefinições. Importante ressaltar que isso não tem relação alguma com fracasso. Pelo contrário. Indica a inteligência de adotar novos meios, também respaldados em metodologia, para essa busca. O erro seria continuar seguindo na direção equivocada.
Por fim, como qualquer ciclo, o projeto deve ter conclusão bem amarrada. Não cabem achismos e especulações. Devem ser pontuados os resultados, os mecanismos e as conquistas obtidas durante a parceria. E, acima de tudo, o mentor deve ouvir, voltar sua atenção ao cliente. O feedback só é negativo quando não há interesse em receber as considerações como forma de aprendizado.